domingo, 28 de abril de 2013

DOMINGO PEDE CACHIMBO... E PREGUIÇA, MUITA PREGUIÇA!



RESISTA, SE FOR CAPAZ!




   











NÃO BOCEJOU?

ENTÃO, É PORQUE JÁ ESTÁ DORMINDO!




(Domingo, dia internacional do bocejo)







domingo, 21 de abril de 2013

RECRUTA ZERO




Sempre admirei as tiras e as histórias de Mort Walker. A preguiça do recruta Zero e sua revolta passiva (mas que tem muito mais de ação do que a gente, quase sempre, imagina) contra as injustiças do sargento truculento e imbecil contribuem para a minha visão pacifista. Zero deixa a nu a estupidez da existência de forças armadas, com sua indolência e nos faz imaginar que, sim, que é possível reagir, mesmo com a preguiça e a passividade, contra os que acham ser mundo um lugar apenas para os violentos e os que se arvoram em conquistadores e falsos construtores de falsas civilizações baseadas na força física.

ÓCIO PELA PAZ - bem que poderia ser um lema pacifista a ser defendido pelo Zero.


E que milhões de outros Zeros proliferem pelas forças armadas do mundo!




sábado, 13 de abril de 2013

quarta-feira, 3 de abril de 2013

UMA RÁPIDA ENTREVISTA COM DOMENICO DE MASI







Como o senhor chegou às suas conclusões sobre o ócio criativo?


Domenico de Masi - Estudei primeiro o trabalho dos operários; depois o trabalho dos empregadores. Com o aumento do trabalho intelectual no sistema produtivo, notei que havia uma distinção cada vez mais tênue entre o trabalho propriamente dito e a criatividade. E sendo a criatividade a principal ferramenta do trabalho, fica difícil distinguir os momentos em que estamos de fato trabalhando duro ou os momentos em que, mesmo usufruindo de tempo livre, estamos criando coisas. Isso acontece comigo: não sei quando estou trabalhando ou me divertindo — estou sempre tendo idéias, criando. Então, estudando esses grupos de trabalho sustentados pela criatividade, percebi que todos trabalhavam com o auxílio de jogos, brincadeiras, atividades lúdicas. Demonstrei que todos os grupos de criatividade trabalham como se fosse lazer. Sobre esse estudo, escrevi o livro A emoção e a regra.


É possível todos os trabalhadores desenvolverem essa relação entre trabalho e lazer, ou seja, tornar seu trabalho mais prazeroso?


Domenico de Masi - Depende do tipo de trabalho que você faz. Temos aquele trabalho que casa com o estudo. É como um jornalista ou o trabalho de um cientista. Ou estudar medicina com alguém divertido. Ou o trabalho de um ator. O problema é unir as duas coisas e ter uma atividade na qual coexistam estudo, trabalho e tempo livre. O segredo é buscar uma interseção entre tudo isso. Assim qualquer pessoa poderá vivenciar melhor seu ócio criativo.


Transportando essa relação para a escola, então...


(De Masi mostra um gráfico em que desenhou três esferas: uma com nome trabalho, outra com o nome lazer e outra referente ao tempo livre. Ele simplesmente faz um sinal com a caneta, mostrando o que acontece na prática.)

Domenico de Masi - A escola tradicional só faz interseção com o trabalho. Nunca com o lazer e o tempo livre.


Qual seria a maior falha dos atuais sistemas de ensino, já que a escola e os professores são considerados pelo senhor como os principais inimigos do ócio criativo? O que pode ser feito, em termos de transmissão de conhecimento, para que essa realidade comece a mudar?


Domenico de Masi - Para começar, as escolas devem abolir, a todo custo, a imagem ou idéia de que o estudo deve ser algo penoso e chato — exatamente como o trabalho. No entanto, o sistema pede que as escolas preparem as crianças para serem trabalhadores eficazes. É preciso que as escolas incorporem mais atividades lúdicas, que provoquem espaço para a reflexão e o questionamento.

Por outro lado, é necessário que professores se aperfeiçoem para tornar a transmissão de conhecimento algo mais interessante e menos massacrante, mecânico. O professor que não tenha ido à Europa, ou sequer navegado pela internet não pode ensinar nada a ninguém. O professor que não usa a internet é um delinquente! (risos) É preciso resgatar a dignidade entre escolas, professores e alunos. Acho que essa mudança vai acontecer naturalmente, à medida em que morrem os professores antigos e chegam os jovens. Para os jovens, a criatividade simplesmente flui.


No Brasil, há 40% de analfabetos e a maioria dos professores é mal remunerada, têm deficiências de formação e, efetivamente, não tem condições de ir à Europa ou de navegar na internet. O que fazer então?


Domenico de Masi - Não estou falando para o universo dos analfabetos nem do ensino público brasileiro, e sim para o universo dos alfabetizados, em especial os professores. E, se os professores brasileiros são carentes, o país é carente. Esse é o problema primordial do Brasil. Os ricos, a elite, parecem não entender isso. Está principalmente na mão da elite brasileira resolver ou não essa questão. Só ela tem as ferramentas para isso. É sua contribuição social. O Brasil tem dois países num só — o dos ricos e o dos pobres.


Falando de questões da sociedade pós-industrial, como a globalização e o desemprego, como o desempregado pode desenvolver seu ócio criativo?


Domenico de Masi - Se o desempregado é rico, então tudo bem! Há dois tipos de desempregados: o pobre financeiramente e intelectualmente e o rico financeiramente e com boa formação intelectual. Esse pode se ocupar de música, literatura, cinema e tem mais chances de desenvolver seu ócio de maneira criativa. O pobre precisa comer, precisa de dinheiro. O pobre tem de se ocupar com a sobrevivência. O ócio criativo é um problema de ricos, para quem já tem um mínimo de estrutura garantida.


Qual é o projeto que o S3 Studium pretende desenvolver no Brasil? O que é preciso para os interessados participarem dele?


Domenico de Masi - Fechamos um acordo com a faculdade Getúlio Vargas para criar em São Paulo uma sede da escola. Formamos jovens para que se tornem planejadores — de uma empresa, escola, jornal ou bairro. Estamos formando agora os professores. Depois, em 2001, começaremos a formar alunos brasileiros. Ainda não estamos selecionando alunos, mas eles só precisam ter um diploma universitário e vontade de mudar o sistema para se juntarem a nós.

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Juliana Resende/BR Press